terça-feira, 20 de março de 2012

Ilya Prigogine e Isabelle Stengers Entre o Tempo e a Eternidade Cia das Letras 1992



Ilya Prigogine e Isabelle Stengers

Entre o Tempo e a Eternidade

Cia das Letras

1992

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"Entre o tempo e a eternidade", é um regresso ao " crime" já cometido em " A Nova Aliança", de 1979, pelo premio Nobel da Química Ilya Prigogine e pela sua colaboradora, historiadora de ciência, Isabelle Stengers.

Volta a lembrar que o saber físico-químico não pode permanecer estranho à historicidade e a reclamar um papel para o tempo nas ciências modernas.

Trata-se de um regresso ao problema do tempo.
O tempo, no qual estamos mergulhados, corre do passado para o futuro, tal como um rio corre de montante para jusante. Há, evidentemente, o antes e o depois. A eternidade, que gostamos de imaginar, é um mar imenso, sempre igual, onde portanto está indefinida a diferença entre o antes e depois.


Ora, os físicos e químicos têm preferido, por razões de simplicidade, a eternidade ao tempo. O tempo que, abreviado por "t" aparece nas equações da física microscópica é afinal a eternidade.

Trata-se de um tempo onde os objectos se podem mover tanto para trás como para a frente, onde o passado é, para todos os efeitos, equivalente ao futuro.

Mas os físicos e os químicos sabem bem que o tempo não é a eternidade. O passado é obviamente diferente do futuro. Recordamo-nos do passado mas não do futuro, prevemos, ainda que dificilmente, o futuro mas não o passado.

Só no fim do século passado se conseguiu meter nas equações a diferença entre passado e futuro. Estudavam-se os gases - recorde-se que a palavra "gás", hoje familiar, foi introduzida pelo químico Helmont no século XVII, com base no latim "chaos", caos - e suspeitava-se que eles eram feitos de moléculas.

Um conjunto de moléculas distingue o passado do futuro, conhece o tempo. Se se colocarem uma dúzia de moléculas de um lado de um recipiente, ao fim de um certo tempo estará em média meia dúzia de cada lado. Antes estão todas de um só lado.


O problema e que uma única molécula só conhece a eternidade.Para ela não há passado nem futuro, uma vez que as leis da mecânica clássica não permitem essa distinção crucial. O grande físico contemporâneo John Wheeler afirmou sarcástico:" Perguntem a uma molécula o que é o tempo e ela rir-se-vos-á na cara!"

Porque é que então existe tempo para o grupo enquanto o indivíduo só conhece a eternidade?

Esta questão perturbou o físico austríaco Ludwin Boltzmann, no século passado, e continua, passados cem anos, a perturbar Prigogine.


Prigogine tem sobre Boltzmann a vantagem de um século de física, de química e de biologia e das relações que entretanto surgiram entre essas disciplinas. Se a biologia é a continuação da física-química, necessário se torna explicar a temporalidade dos seres vivos....

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